Placemaking: o que é e como transforma nossos espaços urbanos

Placemaking: o que é e como transforma nossos espaços urbanos

Ao aplicar placemaking em suas obras, arquitetos e paisagistas têm a oportunidade de criar espaços verdes que promovem o bem-estar ecológico e refletem a identidade e as necessidades das comunidades locais. 

Neste artigo, convidamos você a entender o que é e a importância do placemaking, como o placemaking surgiu, seus princípios fundamentais e como esse conceito tem transformado áreas urbanas em lugares mais vivos e conectados.

O que é placemaking?

No literal, o termo placemaking significa “criar lugares”, mas é um conceito que vai além da criação de espaços públicos. Trata-se de um processo colaborativo para transformar locais urbanos, criando ambientes que estimulam o envolvimento das pessoas e refletem a cultura e as necessidades da comunidade local.

No contexto da arquitetura e do urbanismo, o placemaking envolve a criação de espaços que favorecem a interação social, a sustentabilidade e a conexão com a natureza.

Isso inclui a incorporação de elementos que atraem as pessoas a usarem os espaços públicos de maneira significativa, como praças, parques urbanos, ruas pedonais e jardins comunitários.

Como surgiu o placemaking?

O termo placemaking tem suas raízes nas décadas de 1960 e 1970, quando urbanistas e sociólogos começaram a questionar a funcionalidade dos espaços urbanos.

Em uma época de urbanização acelerada, muitos espaços públicos eram projetados de forma impessoal, sem considerar a interação humana e a qualidade de vida.

Foi então que pensadores como Jane Jacobs e William H. Whyte começaram a destacar a importância de considerar o comportamento humano e a participação comunitária na criação de ambientes urbanos. A ideia de placemaking evoluiu ao longo do tempo e passou a ser adotada por arquitetos, urbanistas e designers de todo o mundo.

Além disso, o movimento é bastante focado na participação ativa dos moradores e na revitalização de espaços públicos, buscando dar voz às comunidades locais na construção de seus próprios espaços.

Popularização do placemaking

THE Project for Public Spaces (PPS), ou Projeto para Espaços Públicos, foi criado como uma organização sem fins lucrativos, em 1975, com o objetivo de promover e transformar os espaços públicos ao redor do mundo.

A missão da PPS é melhorar a qualidade de vida nas cidades, criando lugares que sejam vibrantes, acessíveis, seguros e, sobretudo, atrativos para as pessoas. Assim, a PPS começou a promover o conceito de placemaking, baseando-se em premissas centrais, como:

  • participação comunitária;
  • acessibilidade e inclusão;
  • conexão com o local e a cultura;
  • e sustentabilidade.

Conheça os 11 princípios do placemaking para espaços públicos

A organização Project for Public Spaces desenvolveu um conjunto de princípios para guiar a criação de espaços públicos que atendam às necessidades das pessoas e o bem-estar coletivo. Veja quais são os princípios do placemaking.

  1. A comunidade é quem conhece: as pessoas que vivem e utilizam os espaços são as melhores fontes de conhecimento sobre as necessidades da área.
  2. Construa lugares e não projetos: o objetivo do placemaking não é apenas criar projetos arquitetônicos ou urbanísticos, mas sim construir lugares que as pessoas queiram usar, frequentar e cuidar.
  3. Procure parceiros: a criação e a transformação de espaços públicos muitas vezes dependem de parcerias entre diferentes partes, como autoridades locais, organizações não governamentais, empresas e moradores. A colaboração é essencial para o sucesso do placemaking.
  4. Não se importe se dizem que “não é possível fazer”: muitas vezes, as pessoas dizem que algo não pode ser feito, mas é justamente essa mentalidade que o placemaking visa transformar — buscando soluções criativas e inovadoras.
  5. Você pode enxergar muito só observando: o placemaking é uma abordagem que valoriza a observação e o entendimento das dinâmicas locais antes de iniciar qualquer intervenção.
  6. Tenha uma visão clara: o placemaking começa com um objetivo claro de como o espaço deve funcionar e se conectar com a comunidade.
  7. A forma dá suporte à função: o design de um espaço público deve ser funcional e apoiar as atividades e interações que se deseja promover.
  8. Foque na triangulação: a triangulação se refere à ideia de criar oportunidades para as pessoas interagirem de maneiras inesperadas. Por exemplo, bancos podem ser dispostos de maneira que as pessoas se encontrem e conversem mais facilmente.
  9. Busque experimentação: em vez de longos processos de planejamento e altos custos iniciais, deve-se tentar implementar mudanças de forma mais leve, rápida e acessível, para testar ideias.
  10. Dinheiro não é um problema: muitas vezes, soluções criativas, o uso de recursos locais ou a colaboração com a comunidade podem ajudar a superar as limitações financeiras.
  11. O processo nunca acaba: o processo de placemaking não é algo que ocorre apenas uma vez. É um ciclo contínuo de avaliação, adaptação e melhoria.

Projetos reais de placemaking

O placemaking tem se mostrado eficaz em diversas iniciativas ao redor do mundo. Um exemplo notável é o projeto High Line em Nova York, que nasceu por meio da união de moradores locais e tornou-se visitado por turistas do mundo todo.

Antiga linha férrea elevada, a área foi transformada em um parque público, conhecido como “parque suspenso”, com jardins, áreas de convivência e espaços culturais. 

Isso incentivou a identidade da cidade e promoveu um espaço verde no meio da urbanização, revitalizando espaços que antes eram abandonados.

Parque suspenso High Line, em Nova York, antiga ferrovia.Como o paisagismo e urbanismo podem transformar espaços públicos?

O placemaking é uma excelente oportunidade para arquitetos, paisagistas e urbanistas trabalharem juntos na criação de espaços públicos que integrem a natureza e promovam o bem-estar.

THE landscaping and urbanism desempenham um papel fundamental nesse processo, pois são responsáveis por trazer elementos naturais para ambientes urbanos e comunitários, como jardins e praças. Além de contribuir para garantir que esses espaços sejam bem conectados com a infraestrutura local e acessíveis para a comunidade.

Conheça o propósito do Plantar Ideias

THE Plantar Ideias é um estúdio de arquitetura e consultoria especializado em áreas externas e espaços públicos, com foco na criação de ambientes urbanos sustentáveis e integrados à natureza.

Fundado por Luciana Pitombo e Felipe Stracci, o estúdio combina conhecimentos em arquitetura e paisagismo, com ênfase no design urbano que valoriza a interação humana e a conexão com o meio ambiente.

A proposta é trabalhar de perto com as comunidades, incorporando elementos naturais e culturais aos projetos. Dessa forma, promovendo espaços mais humanos, inclusivos e ecológicos.

Veja como é possível transformar jardins, praças públicas, áreas de lazer e planejamento de bairros e parques. Acesse e conheça os projetos do Plantar Ideias.

Visão de várias pessoas passando em área arborizada de um projeto de placemaking

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