O design thinking é uma metodologia de trabalho que trata sobre a elaboração de projetos de forma mais humana, colocando as pessoas em primeiro lugar. Um processo contemporâneo que agrega questões humanas à tecnologia e inovação de soluções.
A inovação é um dos pilares fundamentais da metodologia, e por isso são processos com visão sistêmica sobre os desafios, com lapso temporal de longa duração e com alta capacidade de sensibilização e engajamento com as pessoas como resultado.
A metodologia é de natureza coletiva, trabalha as diferentes visões e pontos de vista, agregando maior versatilidade aos resultados, bem como uma percepção maior na interpretação das informações e soluções que serão aplicadas.
O primeiro passo no desenvolvimento da metodologia é a coleta de dados. A coleta pode vir por meio de perguntas retóricas que vão criando inputs em forma de mapa de conceitos, princípios e necessidades. Não são perguntas complexas; no caso dos projetos de arquitetura, geralmente, são questões básicas, como:
- perfil do cliente, anseios, referências;
- local, entorno, fluxos e eventos;
- recursos materiais, culturais, humanos;
- programa de necessidades e visão de futuro;
- operação, manutenção e zeladoria.
Com esses pontos levantados, os quais, muitas vezes, também não estão claros para o cliente, começamos a vislumbrar um cenário base para o contexto que está sendo desenhado no trabalho. Nesse momento, é válido adicionar referências, de modo a completar, como um benchmark “rápido”, e conseguir avaliar como situações e projetos semelhantes trabalharam suas questões. E, a partir disso, absorver as lições aprendidas.
Como passo seguinte, é fundamental compreender quais são os elementos mais relevantes desse levantamento de dados. Apresentar para o cliente esse cenário, e quais são os desafios, as oportunidades, os conflitos e as soluções, faz com que novas questões surjam, assim como definições de ponto de partida.
No caso da arquitetura inteligente, é justamente nesse momento que as diretrizes arquitetônicas vão surgindo e são cruzadas com todos os dados registrados. O maior ganho desse processo é saber os porquês. Escolhas individuais e coletivas podem ser facilmente identificadas e colocadas junto às questões técnicas, trazendo maior segurança e menor margem de erro.
O processo do design thinking vai muito além do projeto, pois a visão sistêmica exige um aprofundamento em áreas que não estão diretamente relacionadas com a arquitetura dos espaços, pensando mais nas possíveis dinâmicas, experiências, sensações e conexões que as pessoas terão como resultado, sendo atingidas com empatia pelo processo.
Seja projetos para pessoas físicas ou jurídicas, no fim das contas, sempre estão sendo projetados para pessoas; sempre estamos tratando de pessoas. Por isso, é fundamental que o processo seja, desde o início, tratado, também, como uma construção de desejos e conexões.
Com a clareza de uma visão global e futura que o processo permite, a escolha de acabamentos, infraestrutura e mobiliários fica muito mais fácil e ágil, pois as prioridades do cliente são muito mais definidas.
No projeto do Cachorródromo do Parque do Povo desenvolvido pela Plantar Ideias, ainda que o resultado tenha sido simples, o percurso foi muito rico e complexo, pois, para o espaço, existiam muitas vontades, mas também muitas restrições por parte da comunidade e do cliente.
Desenvolver o design thinking foi fundamental para o projeto fluir e o cliente ficar satisfeito, pois ele conseguiu ter a visão sistêmica do processo e pôde vislumbrar o resultado, entendendo como o projeto impactaria positivamente a vida da comunidade do parque em sua jornada com seu animal de estimação.
O design thinking é uma abordagem que pode ser aplicada em diversos tipos de projetos, desde que tenham um olhar sensível para a experiência das pessoas e, assim, consigam alcançar resultados mais significativos a todos.
Confira mais sobre o trabalho realizado no Parque do Povo e sensibilize-se com os projetos desenvolvidos pela Plantar Ideias.
Confira também: O que é mobiliário urbano | Design biofílico